SPRINTER DOG (2022)

Cães. Simultaneamente o melhor amigo do 'homem' e o maior inimigo dos ciclistas. Do ponto de vista canino, quando um ser humano coloca o rabo num selim passa imediatamente para o lado negro da força. Os canitos alentejanos são especialmente ativos. Desde os protetores/calmeirões Rafeiros-do-Alentejo, que 'amavelmente' nos indicam o caminho de saída do seu território, aos meia-lecas perseguidores, que se enquadram perfeitamente nas palavras de Fernando Pessoa: 'porque eu sou do tamanho do que vejo e não do tamanho da minha altura'. Ironicamente, a 'maldição do comentador' fez com que, ao longo dos 65 quilómetros e aproximadamente 700 metros de acumulado da 'SPRINTER DOG', esta fosse das poucas rotas em que não tivemos qualquer encontro imediato de primeiro grau. De qualquer modo, fica a homenagem a estas amorosas criaturas que nos levam a despender mais uns quantos Watts, mesmo quando pensamos estar completamente vazios.

Nem todas as rotas têm que ser desafios épicos e hercúleos. 'SPRINTER DOG' foi pensada para que a componente de endurance dê lugar a desempenhos mais focados na velocidade. A proporção praticamente equilibrada entre sectores on/off road dá o seu contributo. Não obstante, as superficies dos seis troços gravel da rota são de qualidade extremamente elevada e convidativos ao sprint/médias elevadas: (1) o belíssimo Sector do Guadiana que surge poucos quilómetros após a vila de Mértola; (2) o Sector de Sapos (de ligação entre a N122 e N267); (3) o Sector Água Santa de Herdade - com um efetivo atravessamento de uma ribeira; (4) Sector de Alvares; (5) Sector de Albergaria Ruiva (o de maior exigência física dada a orografia acidentada); (6) e o Sector de Corte de Gafo de Cima. A rota 'SPRINTER DOG' tem ponto de partida e chegada na belíssima vila de Mértola - porto de abrigo de muitos aventureiros por terras do Baixo Alentejo.