açor(da) Alpina (2022)

'Isto é que vai p'ra aqui uma açorda, hein?' Efetivamente esta rota é p'ra 'Malucos' e 'Riso' só se for de dor nas pernocas. O rácio distância/acumulado é o mais elevado de toda a Gravosfera, com a agravante das dificuldades montanhosas se concentrarem nos primeiros dois terços do percurso total, que tem uma extensão de 80 quilómetros e 2.300 metros de ganho de elevação. Nesta volta pela Serra do Açor apanhámos boleia dos estradões utilizados na prova portuguesa do World Rally Championship (WRC). Este conjunto de montanhas - localizado entre as Serras da Lousã e da Estrela - é provavelmente o maior segredo e tesouro velocipédico de Portugal. Remota, acidentada, deslumbrante e imponente. 

A Serra do Açor não atinge, nem de perto, as altitudes dos Alpes. Contudo, o perfil de alta-montanha está bem presente. Nos primeiros 10 quilómetros - na ascensão ao Vieiro - a altitude varia entre os 200 e os 850 metros e passando por diversos tipos de piso. O alcatrão dá lugar a superficies rochosas (que facilitam a aderência nos declives extremamente acentuados), finalizando, depois, com troços 'gravel' de qualidade. A adrenalina atinge o nível máximo na descida vertiginosa para o Colmeal. O prato forte da rota surge depois do segundo grande obstáculo orográfico: o estradão WRC que tem inicio na casa do PPD, num cenário imponente em que é possível avistar o topo da Serra da Estrela. A excelente qualidade do piso é convidativo a altas velocidades, mas com as devidas precauções. A rota/desafio 'Açor(da) Alpina'' tem ponto de partida e chegada em Góis, terra de passagem de cicloviajantes da N2. A vila de Arganil também é um ponto recomendado para arranque desta aventura.